Alexei Bueno
Alexei Bueno
Nascimento 26 de abril de 1963 (60 anos)
Rio de Janeiro,  Brasil
Residência Rio de Janeiro
Ocupação Poeta, ensaísta, tradutor e editor
Prémios Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1995)

Prémio Jabuti (2004)
Prêmio ABL de Poesia (2004)
Prêmio Alphonsus de Guimaraens da Biblioteca Nacional (2022)
Prêmio Candango de Literatura (2022)

Magnum opus A Via Estreita

Alexei Bueno (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1963) é um poeta, editor e ensaísta brasileiro. Colabora em diversos órgãos de imprensa no Brasil e no exterior, é membro do PEN Clube do Brasil, e foi, de 1999 a 2002, Diretor do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) do Rio de Janeiro, e membro do Conselho Estadual de Tombamento.

Biografia

Como editor organizou, para a Nova Aguilar, a Obra completa de Augusto dos Anjos (1994), a Obra completa de Mário de Sá-Carneiro (1995), a atualização da Obra completa de Cruz e Sousa (1995), a Obra reunida de Olavo Bilac (1996), a Poesia completa de Jorge de Lima e a Obra completa de Almada Negreiros (1997), a Poesia e prosa completas de Gonçalves Dias (1998), além de uma nova edição da Poesia completa e prosa de Vinicius de Moraes, no mesmo ano, e a Obra completa de Álvares de Azevedo (2000). Publicou, pela Nova Fronteira, uma edição comentada de Os Lusíadas (1993) e Grandes poemas do Romantismo brasileiro (1994).

Traduziu para o português As quimeras, de Gérard de Nerval, editado pela Topbooks, também com edição portuguesa. Traduziu igualmente poemas de Poe, Longfellow, Mallarmé, Tasso e Leopardi, entre outros. Digna de nota sua tradução de O Corvo (The Raven) de Edgar Allan Poe, "grande desafio para os tradutores de poesia, pelo seu extremo virtuosismo formal",[1] poema que já havia sido traduzido para o nosso idioma por "monstros sagrados" como Machado de Assis e Fernando Pessoa e que integra sua coletânea Cinco séculos de poesia.

Em 1998 publicou, pela Lacerda Editores, a primeira edição brasileira, prefaciada e anotada, da História trágico-marítima e uma edição dos Sonetos de Camões, além do ensaio introdutório e fixação do texto da Jerusalém libertada, de Torquato Tasso, pela Topbooks.

Em 1999 organizou, com Alberto da Costa e Silva, a Antologia da poesia portuguesa contemporânea — um panorama, para a Lacerda Editores, e no ano seguinte publicou a edição remodelada e definitiva, conforme os originais deixados pelo autor, da História das ruas do Rio, de Brasil Gerson.

No ano de 2002 organizou, a convite da UNESCO, a Anthologie de la poésie romantique brésilienne, editada em Paris, e a Correspondência de Alphonsus de Guimaraens, para a Academia Brasileira de Letras. Em 2004 organizou a antologia Poesía brasileira hoxe, para a Editorial Danú, de Santiago de Compostela. Em 2006 organizou e publicou, junto com George Ermakoff, Duelos no serpentário, uma antologia da polêmica intelectual no Brasil.

Em 2007 publicou pela G. Ermakoff Casa Editorial Uma história da poesia brasileira, cujo Prefácio começa com estas palavras: "Há duas definições de poesia que sempre nos pareceram, no limitado de toda definição, das melhores possíveis. Diz a primeira: a poesia é uma indecisão entre um som e um sentido. Afirma a segunda: a poesia é a arte de dizer apenas com palavras o que apenas palavras não podem dizer."[2]

Em 2009 publicou, também pela G. Ermakoff o livro de poemas As desaparições, "um livro sobre a morte, a cidade, sobre a decadência que a cerca e nos cerca, sobre o visível e o que não se vê, e sobre a visceral ânsia humana de eternidade..."[3] Em 2010 lança, por essa mesma casa editorial, João Tarcísio Bueno: O herói de Abetaia, a biografia de seu avô, o Capitão João Tarcísio Bueno, "um dos grandes heróis brasileiros", "nome lendário na história da FEB" e "ator central do mais sangrento e épico dos ataques brasileiros a Monte Castelo".[4]

Em 2012 vem a lume, pela B4 Editores, Machado, Euclides & outros monstrosmonstros "no seu encomiástico sentido barroco, aquele mesmo que levou Cervantes a chamar Lope e Vega de monstruo de la naturaleza".[5] Trata-se de uma coletânea de ensaios sobre poetas e prosadores brasileiros — Álvares de Azevedo, Junqueira Freire, Machado de Assis, Castro Alves, Joaquim Nabuco, Euclides da Cunha, Raul Pompeia, Coelho Neto, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, Da Costa e Silva, Ronald de Carvalho, Drummond, Vinicius etc. — até então dispersos em inúmeras publicações.

Em 2013 publica pela Record Cinco séculos de poesia, reunindo "o conjunto de traduções de poesia que fiz, por motivos vários, no último quarto de século", congregando 12 poetas do século XVI à "nossa quase contemporaneidade", entre eles Edgar Allan Poe, Stephane Mallarmé, Longfellow, Giacomo Leopardi e Shakespeare.

Em 2017 a editora portuguesa Exclamação lança Desaparições, antologia de sua obra poética organizada e prefaciada por Arnaldo Saraiva, segundo o qual "Alexei Bueno é talvez a mais poderosa voz da poesia brasileira revelada nas últimas décadas".[6]

Em 2022 preenche uma grande lacuna na historiografia literária brasileira ao lançar pela Editora Record seu A escravidão na poesia brasileira: Do século XVII ao XXI, um ensaio antológico cobrindo um período de cerca de 350 anos, 80 poetas e mais de 220 poemas, "muitos jamais publicados em livro ou totalmente desconhecidos, e incontáveis obras-primas. Foi um trabalho enorme, na verdade toda uma vida de leitura, e nele são analisados todos os tópicos principais e recorrentes com que o tema foi tratado, sem solução de continuidade, desde o barroco até a plena atualidade."[7]

Segundo Mires Batista Bender, o "poeta Alexei Bueno faz parte do seleto grupo de autores que escrevem poesia metafísica no Brasil hoje". "Por meio da sondagem metafísica e das idéias eternas, captadas do gênio das civilizações clássicas, Alexei Bueno faz o questionamento da modernidade e propõe a poesia como instância da reflexão sobre a vida e o ser."[8]

Livros


Participação em coletâneas:

Edições organizadas

Traduções

Referências

  1. Edgar Allan Poe, "O Corvo" e suas traduções, organização de Ivo Barroso, quarta capa.
  2. Alexei Bueno, Uma história da poesia brasileira, Prefácio.
  3. Alexei Bueno, As desaparições, quarta capa.
  4. Alexei Bueno, João Tarcísio Bueno: O herói de Abetaia, quarta capa.
  5. Alexei Bueno, Machado, Euclides & outros monstros", Nota Prévia.
  6. Arnaldo Saraiva, prefácio de Desaparições.
  7. Alexei Bueno, correspondência pessoal não publicada.
  8. Mires Batista Bender, "O estranho e sofisticado Alexei Bueno", Revista eletrônica de crítica e teoria de literaturas, Comunicações dos fóruns, PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 03 N. 02 – jul/dez 2007.

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