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Dialeto nordestino
Falado(a) em:  Pernambuco
 Paraíba
 Alagoas
 Rio Grande do Norte
 Ceará
 Piauí
 Sergipe
Bahia Bahia
Região: Maior parte da Região Nordeste do Brasil
Total de falantes:
Posição: Não se encontra entre os 100 primeiros
Família: Indo-europeia
 Língua portuguesa
  Português brasileiro
   Dialeto nordestino
Estatuto oficial
Língua oficial de: sem reconhecimento oficial
Regulado por: sem regulamentação oficial
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

O dialeto nordestino, também chamado simplesmente de sotaque nordestino (ouvir), é a variante da língua portuguesa mais usada nos estados do Nordeste brasileiro. Segundo a classificação proposta por Antenor Nascentes, esses dialetos, juntamente com os dialetos da costa norte, o dialeto recifense e o dialeto nortista, constituem o chamado português brasileiro setentrional, em comparação com as variantes do português faladas nos demais estados brasileiros.[1][2]

O estudo do dialeto nordestino, teve como marco a obra de Mário Marroquim, A Língua do Nordeste, 1945.[3]

Variantes

As principais variantes dialetais (ou sub-dialetos) em que se subdivide o dialeto nordestino são:

Vale ressaltar que os dialetos da costa norte, recifense, baiano, bem como o dialeto da serra amazônica (falado na parte sul-maranhense, excetuando-se a região das Chapadas das Mangabeiras), não são considerados como parte do dialeto nordestino,[4] visto que são classificados como dialetos à parte. Embora o dialeto nordestino popularmente sejam usados como sinônimos as expressões "dialeto nordestino" e "sotaque nordestino", por justamente ser o dialeto mais falado da região, essa definição é um tanto errônea, por não contemplar os demais dialetos falados na mesma. Os demais dialetos compartilham características semelhantes a este dialeto e parecem ter influência do mesmo, onde as diferenças se notam porque nestes há introdução de fonemas alófones, diferença na eloquência e no contato cultural.[5]

Dialetos do Brasil.

Características

O dialeto nordestino possui em si muitas características peculiares, tais como:

Fonética

Consoantes

Vogais

Exemplos com "ei": -"feijão": [feˈʒɐ̃w] em vez de [fejˈʒɐ̃w] -"ideia": [iˈdɛ.ɐ] em vez de [iˈdɛj.ɐ] -"beijo": [ˈbeʒu] em vez de [ˈbejʒu] -"queixo": [ˈkeʃu] em vez de [ˈkejʃu] -"vaqueiro": [vaˈkeɾu] em vez de [vaˈkejɾu] Exemplos com "ou": -"rouba": [ˈhɔbɐ] em vez de [ˈhɔwbɐ] -"frouxo": [ˈfɾoʃu] em vez de [ˈfɾowʃu] -"couro": [ˈkoɾu] em vez de [ˈkowɾu] (pronúncia equivalente à da palavra "coro") -"houve": [ˈovi] em vez de [ˈowvi] (pronúncia equivalente à da palavra "ouve") -"ficou": [fiˈko] em vez de [fiˈkow]

Gramática

Algumas peculiaridades gramaticais do português falado no Nordeste são: a omissão do artigo definido antes de nome próprio com a função implícita e instintiva de diferenciar objetos, animais e coisas de pessoas e afins, poupando assim artigos que seriam desnecessários e em demasiado "artificialismo" (forçado, algo não-natural e não-espontâneo), de acordo com os falantes dessa variação (p. ex.: "Maria foi à feira" em vez de "A Maria foi à feira"), e a inversão da colocação da partícula negativa (p. ex.: "Sei não" em vez de "Não sei").

Léxico

O léxico adotado no Nordeste é, em sua maioria, o mesmo usado nas demais regiões do Brasil e em Portugal; contudo, pode haver grandes mudanças semânticas. Alguns exemplos dessas mudanças são palavras como "zunir", que quer dizer "arremessar", enquanto em outros lugares do Brasil designa o ruído do vento; ou "prenda", que no nordeste significa "presente", enquanto em outras regiões do Brasil significa "grávida" ou "garota". O "tu", assim como no Sul do Brasil, é usado frequentemente na região nordeste. Em 2004, o jornalista Fred Navarro lançou o Dicionário do Nordeste, contendo cerca de cinco mil palavras e expressões peculiares à região. Vale ressaltar que apesar de os estados nordestinos terem o seu léxico próprio de palavras e expressões típicas, dependendo dos dialetos de regiões limítrofes, o léxico pode estar associado ao de outros dialetos vizinhos.

Referências

  1. «Diferentes "dialetos": as expressões regionais brasileiras». Portal Educar Brasil. Consultado em 3 de março de 2017 
  2. «Zonas Dialecticais Brasileiras». CIn-UFPE. Consultado em 3 de março de 2017 
  3. Bagno, Marcos (2011). Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial. ISBN 8579340373 
  4. a b c d RAMOS, Jânia M. Avaliação de dialetos brasileiros: o sotaque. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2010
  5. «Zonas Dialectais Brasileiras»