Vincent Carelli
Vincent Carelli
Vincent Carelli durante a premiação do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2016
Nascimento 1953 (70–71 anos)
Nacionalidade  Brasil e  França
Ocupação indigenista e documentarista
Magnum opus Martírio

Vincent Carelli (Paris, 1953) é indigenista e documentarista, criador do Vídeo nas Aldeias (1987), projeto que forma cineastas indígenas.

Vida

Filho de pai brasileiro, o artista plástico Antonio Carelli, e de mãe francesa, ele nasceu em Paris e se mudou com 5 anos para São Paulo,[1] onde iniciou o curso de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, o qual abandonou para se dedicar ao indigenismo. Desde 1973 está envolvido com projetos de apoio a grupos indígenas no Brasil.[2]

Vincent Carelli é irmão da atriz Chica Carelli (1957), diretora do Teatro Vila Velha, em Salvador (Bahia) [3][4]e irmão do historiador e sociólogo Mario Carelli (1951 - 1994), responsável pela tradução de obras de Machado de Assis e Lucio Cardoso para o francês.[5][6]

Atualmente, Vincent vive em Olinda, Pernambuco.

Realizações

Foi indigenista da Fundação Nacional do Índio, jornalista e repórter fotográfico free-lancer das revistas Isto é, Repórter Três e do jornal Movimento. Foi também editor fotográfico e pesquisador do Projeto Povos Indígenas no Brasil do CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação (sucedido pelo Instituto Socioambiental). No final de 1979, fundou, com um grupo de antropólogos, o Centro de Trabalho Indigenista (CTI)[nota 1], uma organização independente, sem fins lucrativos, destinada a apoiar projetos voltados aos indígenas. Foi Diretor do Programa de Índio da TV Universidade (co-produção do CTI com a UFMT).

Com sua mulher, a antropóloga paulista Virgínia Valadão (1952 - 1998) que também foi fundadora do CTI, iniciou o projeto Vídeo nas Aldeias, em 1986.[7] O projeto, criado no âmbito do CTI, promoveu, ao longo de mais de vinte anos, o encontro dos indígenas com suas imagens, tornando o vídeo um instrumento de expressão da sua identidade e refletir suas visões de mundo. Além de treinar e equipar as comunidades indígenas com equipamentos de vídeo, o projeto estimulou a troca de informações e de imagens entre as nações, que discutiam juntas a maneira de apresentar sua realidade para o resto do mundo.[8]

Em 2009, seu documentário Corumbiara, um longa-metragem que conta a história de um massacre de indígenas ocorrido em 1985 na Gleba Corumbiara, no sul de Rondônia, e a vivência do diretor com os índios isolados, obteve o prêmio de melhor filme do 37º Festival de Cinema de Gramado. Carelli ganhou também o prêmio de melhor diretor, dividido com o cineasta gaúcho Paulo Nascimento.[9]Corumbiara também recebeu o grande prêmio do 11° Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica).[10]

Filmografia e prêmios

Em 26 de novembro de 2009, o projeto Vídeo nas Aldeias recebeu a Ordem do Mérito Cultural, em cerimônia prestigiada pelo presidente da República.[14]

Notas

  1. O grupo de jovens que fundou o Centro de Trabalho Indigenis­ta (CTI) era composto por: Giberto Azanha, Maria Elisa Ladeira, Regina Pollo Müller, Vincent Carelli e Virgínia Valadão.

Referências


Ver também

Ligações externas