Sobrevivendo no Inferno | |||||||
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Álbum de estúdio de Racionais MC's | |||||||
Lançamento | 20 de dezembro de 1997 | ||||||
Gravação | 1997 | ||||||
Gênero(s) | Gangsta Rap Political hip hop | ||||||
Duração | 01:10:27 | ||||||
Idioma(s) | português | ||||||
Formato(s) | LP, CD | ||||||
Gravadora(s) | Cosa Nostra | ||||||
Produção | Gertz Palma, Racionais MC's | ||||||
Cronologia de Racionais MC's | |||||||
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Singles de Sobrevivendo no Inferno | |||||||
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Sobrevivendo no Inferno é o segundo álbum de estúdio do grupo brasileiro de rap Racionais MC's, lançado pelo selo da gravadora Cosa Nostra em 20 de dezembro de 1997.
É considerado o álbum mais importante do rap brasileiro.[1] Em 2007, figurou na 14ª posição da lista dos 100 melhores discos da música brasileira pela Rolling Stone Brasil.[2] Em 2015, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, presenteou o Papa Francisco com o álbum em uma visita ao Vaticano.[3]
Em 2018, o álbum foi incluído pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas) na lista de obras de leitura obrigatória para o vestibular da Unicamp a partir de 2020.[4] Meses depois, a obra virou livro, publicado pela Companhia das Letras. O livro, de 160 páginas, traz fotos inéditas e informações do grupo, e foi lançado no dia 31 de outubro do mesmo ano.[5]
No final de 1997, os Racionais MC's lançaram Sobrevivendo no Inferno, segundo disco de estúdio. O álbum alcançou a marca de um 1,500,000 de cópias vendidas, apesar de ter sido lançado por uma gravadora independente.[6]
É o primeiro trabalho dos Racionais MC’s com referências a textos bíblicos. Já na capa do disco, ilustrada por uma cruz em fundo preto, há uma frase do Salmo 23, Capítulo 3: “refrigere minha alma e guia-me pelo caminho da justiça”. Outras passagens bíblicas podem ser encontrada nas canções "Genesis" e "Capítulo 4, Versículo 3" (ambas de Mano Brown). Mas a força do álbum advém mais uma vez do impacto das letras que discutem temas ligados a desigualdades sociais, miséria e racismo. Os grandes sucessos foram "Diário de um Detento" (baseado no diário do preso Josemir Prado, mais conhecido como Jocenir, ex-detento da Presídio do Carandiru), "Fórmula Mágica da Paz" e "Mágico de Oz" (de Edi Rock). O grupo ainda fez uma homenagem ao cantor Jorge Ben Jor, ao regravar "Jorge da Capadócia". Os arranjos musicais são simples, com uma bateria básica e alguma melodia nos teclados.
Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
CliqueMusic | (Sem Nota)[7] |
AllMusic | ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() |
Segundo a Revista Rolling Stone Brasil, que o ranqueou na 14ª posição da lista dos 100 melhores discos da música brasileira "Sobrevivendo no Inferno colocou o rap no topo das paradas, vendendo mais de meio milhão de cópias. A música, com sua bateria básica, alguma melodia nos teclados, e arranjos simples, vira adereço em relação ao impacto das letras. Racismo, miséria e desigualdade social — temas cutucados nos discos anteriores — são aqui expostos como uma grande ferida aberta, vide ‘Diário de um Detento’, inspirada na grande chacina do Carandiru".[9]
No entender de Acauam Silvério de Oliveira, professor de literatura brasileira na Universidade de Pernambuco que estudou o grupo em doutorado na USP, a estrutura do álbum é como uma liturgia, pois “é organizado e pensado como uma espécie de culto. Tem a introdução, com cânticos de louvor, a leitura da Gênesis, a apresentação do pastor e os relatos de testemunhos. Depois vêm o grande relato, a atuação do diabo, e, no fim, um processo de reflexão”.[10]
Para o sociólogo Tiaraju D’Andrea, a obra cunhou um conceito de orgulho. “Periferia passou a designar não apenas pobreza e violência, mas também cultura e potência. Esse disco é um objeto cultural incontornável. Explicou os dramas da periferia, e muitos brasileiros negros aprenderam a se reconhecer ouvindo Racionais”.[10]
Nº | Título | Compositor(es) | Sample(s) | Duração |
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1 | Jorge da Capadócia | Jorge Ben Jor | "Ike's Rap II" (Isaac Hayes) | 2:17 |
2 | Gênesis (Intro) | Mano Brown | 0:22 | |
3 | Capítulo 4, Versículo 3 | Mano Brown | "Slippin' Into Darkness" (War) "Sneakin' In The Back" (Tom Scott & LA Express) "Eles não sabem nada" (MRN) "Pearls" (Sade) "Pride and Vanity" (Ohio Players) |
8:09 |
4 | Tô Ouvindo Alguém me Chamar | Mano Brown | (Fatback - Do It To Me Now) intro "Charisma" (Tom Browne) "Poor Abbey Walsh" (Marvin Gaye) |
11:14 |
5 | Rapaz comum | Edi Rock | "Hyperbolicsyllabicsesquedalymistic" (Isaac Hayes) "Mano na Porta do Bar" (Racionais MC's) |
6:20 |
6 | Interlúdio | Edi Rock | Whats The Use (Jimmy Owens) | 2:35 |
7 | Diário de um Detento | Jocenir Prado e Mano Brown | "Easin' In" (Edwin Starr) "Mother's Son" (Curtis Mayfield) |
7:32 |
8 | Periferia é Periferia | Edi Rock | "Cannot Find a Way" (Curtis Mayfield) "SL (Um Dependente)" (MRN) "Brava Gente" (Thaide & DJ Hum) |
6:00 |
9 | Qual Mentira Vou Acreditar? | Mano Brown e Edi Rock | "Hip Dip Skippedabeat" (Mtume) "Esquinas" (Djavan) "Pode Vir Quente Que Eu Estou Fervendo" (Barão Vermelho) "Chegou a Hora" (Boi Garantido) |
7:42 |
10 | Mágico de Oz | Edi Rock | "It's Too Late" (The Isley Brothers) | 7:38 |
11 | Fórmula Mágica da Paz | Mano Brown | "Attitudes" (The Bar-Kays) "Me dê Motivo" (Tim Maia) |
10:41 |
12 | Salve | Mano Brown e Ice Blue | "Ike's Rap II" (Isaac Hayes) | 2:17 |
Órgão Certificador | Certificação |
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Racionais MCs - Sobrevivendo no Inferno | |
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Autor(es) | Acauam Oliveira |
Idioma | Português |
País | ![]() |
Arte de capa | Marcos Marques |
Editora | Companhia das Letras |
Lançamento | 31 de outubro de 2018 |
Páginas | 160 |
Edição brasileira | |
ISBN | 9788535931730 |
Em 2018, a Companhia das Letras transformou o álbum em livro, intitulado como Racionais MC's - Sobrevivendo no Inferno. Lançado no dia 31 de outubro de 2018, o livro, que contém 160 páginas e textos de Acauam Oliveira, traz fotos inéditas e informações do grupo. O livro foi lançado meses depois do disco Sobrevivendo no Inferno ser incluído pela Comissão Permanente para os Vestibulares incluí-lo na lista de leituras obrigatórias para o Vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a partir de 2020.[11]
“ | Na virada para os anos 1990, os Racionais MC's emergiram como um dos mais importantes acontecimentos da cultura brasileira. Incensado pela crítica, o disco Sobrevivendo no inferno vendeu mais de um milhão e meio de cópias. Agora publicados em livro, precedidos por um texto de apresentação e intermeados por fotos clássicas e inéditas, os raps dos Racionais são a imagem mais bem-acabada de uma sociedade que se tornou humanamente inviável, e uma tentativa radical, esteticamente brilhante, de sobreviver a ela.[12] | ” |