Esta página ou se(c)ção precisa ser formatada para o padrão wiki. Por favor ajude a formatar esta página de acordo com as diretrizes estabelecidas. (Agosto de 2016)


Paulo Costa Lima
Informação geral
Nome completo Paulo Costa Lima
Nascimento 26 de Setembro
Local de nascimento Salvador
 Brasil

Paulo Costa Lima (Salvador, 26 de setembro de 1954) é um premiado compositor brasileiro, que ocupa a cadeira 21 da Academia Brasileira de Música[1], e que tem como principal foco de interesse a aproximação entre composição e cultura, gerando diálogos entre o lugar-de-fala, as marcas distintivas provenientes daquilo que se entrelaça no local, e as redes internacionais contemporâneas de discurso e música. Com isso, sua obra associa-se à noção pós-colonialista de entre-lugar, e à resistência que isso envolve, relativizando (mas também, as vezes, intensificando) o contraste entre polaridades - o sério e o jocoso, erudito e popular, ancestral (ou datado) e contemporâneo (incriado),[2] associando-se à pluralidade cultural recorrente em composições da música contemporânea brasileira, especialmente em obras de compositores tais como Gilberto Mendes, Ernst Widmer, Lindembergue Cardoso[3], Fernando Cerqueira e Eli-Eri. Nos últimos anos (a partir de 2021) começou um movimento de análise de canções populares através das redes sociais, gerando um grande interesse em função do tratamento inusitado sobre o assunto, entrelaçando diversas áreas de conhecimento e mobilizando mais de 100.000 seguidores. Seu catálogo tem 125 obras e registra 600 performances em mais de 25 países.[1] Pesquisador pelo CNPq, sua produção gira em torno de temas como teoria do compor, pedagogia da criação musical, análise de música contemporânea produzida na Bahia, análise de canções populares brasileiras, e a aproximação entre música e psicanálise. Professor Titular de Composição e Teoria da Música na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, onde atua desde 1979. Gestor de cultura, Pró-Reitor de Extensão da UFBA (1996-2002), Presidente da Fundação Gregório de Mattos (2005-2008), órgão responsável pela gestão da cultura na cidade de Salvador, e Assessor Especial do Reitor da UFBA (2014-2021). Em 2015, conquistou o primeiro lugar nas indicações de seus pares (voto de 80 compositores e regentes brasileiros) para o Prêmio Nacional de Composição da FUNARTE,[4] ganhando o direito de ter sua composição (Batuque Concertante do Caboclo Sete Flechas, para piano e Orquestra) executada na abertura solene da XXI Bienal de Música Brasileira Contemporânea.[2] Também em 2015, a estreia da obra Cabinda: nós somos pretos para Orquestra, comissionada pela OSESP. Em 2017 é novamente indicado, dessa vez por um colegiado de dez reconhecidos intérpretes (instrumentistas e regentes), compondo a obra Tempuê para orquestra sinfônica, também fazendo parte da abertura da XXII Bienal, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2019, mais uma vez selecionado através da obra Look at the Sky para clarineta e piano e em 2021 com sua Gota Serena para flauta, clarineta e piano. Em 2019, teve sua obra Cauíza para grupo de percussão, selecionada para o Festival de Essen (Alemanha), e em 2021 a obra Ojí:Chegança e Ímpeto estreada pela OSESP em São Paulo e no Rio de Janeiro, e logo em seguida executada pela Utah Symphony Orchestra, tendo mobilizado uma reação críticao das mais entusiasmadas.

História

Paulo Costa Lima nasceu em Salvador no bairro de Brotas, filho de Antonio Batista Lima e Dinorá Costa Lima, tendo um único irmão, João Augusto Costa Lima. Nasceu na casa de seu avô materno, João Augusto Costa (1988-1956), importante comerciante local de tecidos e fabricante dos Cofres Lusitanos. Em 1960 a família muda-se para o bairro da Lapinha, onde ingressa aos 6 anos no curso primário da Escola Getúlio Vargas, estudando com a Professora Rachel Lopes Costa.

Ingressou no Colégio de Aplicação da Universidade Federal da Bahia em 1967 e no curso de Medicina em 1973. Em 1974 transferiu-se para a Escola de Música (onde já estudava no nível preparatório desde 1969), tendo cursado Composição com Lindembergue Cardoso, Jamary Oliveira e Ernst Widmer[1] e Violoncelo com Piero Bastianelli. Também estudou composição na University of Illinois, sob orientação de Herbert Brün e Ben Johnston, onde concluiu graduação e mestrado. Sua primeira obra foi apresentada em 1976, antes de transferir-se para a Universidade de Illinois. Casou-se, neste mesmo ano, com Ana Margarida de Almeida Cerqueira Lima (violinista), com quem teve dois filhos: Cláudio e Maurício.

Diretor da Escola de Música (1988-1992) e Pró-Reitor (1996-2002) da Universidade Federal da Bahia, presidente da Fundação Gregório de Mattos[5] (2005-2008), e, novamente, Assessor do Reitor da UFBA (2014-2017). Também é membro da Academia de Letras da Bahia[6] e representante das Artes no Conselho Diretor da Academia de Ciências da Bahia.[7]Seu nome está incluído no The New Grove Dictionary of Music and Musicians, em verbete escrito por Gerard Béhague. Seu trabalho de pesquisa produziu um estudo em profundidade da pedagogia e da obra do compositor brasileiro (nascido na Suiça) Ernst Widmer, desdobrado em uma linha de pesquisa voltada para a pedagogia da composição. Em teoria da composição elaborou a noção de composicionalidade, a qualidade daquilo que é composto, a partir de instâncias como a criticidade, a reciprocidade e a invenção de mundos, sempre apontando para a indissociabilidade de teoria e prática, e para o papel fundamental do campo de escolhas, como lugar onde todos esses vetores incidem. Participou ativamente da criação da ANPPOM - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (entre o final dos anos 80 e início dos 90) e da Tema - Associação Brasileira de Teoria e Análise Musical (em 2014). Tem sido o mentor de toda uma nova geração de compositores baianos, tendo participado da criação da OCA-Oficina de Composição Agora e do MAB-Música de Agora na Bahia, programa de música contemporânea vencedor do Edital Petrobrás em 2014.[4]

Prêmios

22 Prêmios e Comissionamentos: 1) CUCA-Funarte (1984, Quarteto de Cordas n. 1); 2) VI Bienal de Música Brasileira Contemporânea - RJ (1985, Quarteto de Cordas n. 2, Brasiléia, op. 16); 3) Prêmio 'Goethe Institut' no Concurso Nacional de Composição da UFBA (1985); 4) Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo (1994, Xirê op. 40 para grupo de percussão); 5) Prêmio Max Feffer-SP (1995, Ibejis op. 41); 6) Bolsa Vitae de Composição (1995); 7) American Composers Orchestra/Carnegie Hall - New York (1996, Atotô do l'homme armé, op. 39); 8) Prêmio Copene - Salvador (1996, CD Outros Ritmos); 9) Prêmio Copene - Salvador (1999, Livro "Ernst Widmer e o ensino de composição musical na Bahia"); 10) Criadores do Brasil - OSESP (2000, Serenata Kabila para orquestra, op. 54); 11) Edital da SECULT-Bahia (2009, Yelêlá Twendê para 2 sop. percussão e Orquestra); 12) Prêmio da XX Bienal de Música Brasileira Contemporânea - RJ (2013, Bahia Concerto op. 98); 13) MAB-2014 (Zaziê Streichquarttet op. 103, estreada pelo Mivos Quartet de NY); 14) OSESP - SP (2015, Cabinda: nós somos pretos, op. 104 para orquestra); 15) realização do III FMCB na UNICAMP (março de 2016, dedicado à vida e obra de Paulo Costa Lima e Ronaldo Miranda); 16) XXI Bienal de Música Brasileira Contemporânea - RJ (2015, primeira colocação com Sete Flechas: um batuque concertante op. 102 para piano e orquestra); 17) Conselho Musical da cidade de Düsseldorf-Alemanha (Comissionamento da obra Cauíza para grupo de percussão); 18) Prêmio XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea - 2017 (comissionamento de obra para Orquestra, Tempuê); 19) 20 Anos do Grupo de Percussão da UNICAMP - 2017 (Cauíza II - Chega de Caboclo!); 20) Prêmio XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea - 2019 (Look at the Sky para clarineta e piano); 21) Comissionamento da obra "Ojí: Chegança e Ímpeto" para Orquestra Sinfônica pela Fundação OSESP (2019); 22) Prêmio XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea 2021 (Gota Serena para flauta, clarineta e piano).

Obras

Performances

Ver também

Referências

  1. a b c Página de Paulo Costa Lima na Academia Brasileira de Música - Acesso em 23 de dezembro de 2015
  2. a b Composição de Paulo Costa Lima abre a Bienal de Música Contemporânea - BahiaJá, 03/10/2015 - Acesso em 22 de dezembro de 2015
  3. A pluralidade cultural revelada em obras para piano de Marlos Nobre, Paulo Costa Lima e Mario Ficarelli compostas no século XXI. Zélia Chueke. "Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música–ANPPOM, XVII, São Paulo. Anais eletrônicos (CD). São Paulo: PPGMUS UNESP. 2007.
  4. a b http://maisbahia.com.br/index.php/2014/03/compositor-baiano-paulo-costa-lima-ganha-premio-nacional/ Compositor baiano Paulo Costa Lima ganha prêmio nacional] - MaisBahia, 13/03/2015 - Acesso em 23 de dezembro de 2015
  5. Professor Paulo Costa Lima amplia ala baiana na Academia Brasileira de Música - APUB, 15/01/2014 - Acesso em 22 de dezembro de 2015
  6. Paulo Costa Lima é o mais novo membro da Academia Brasileira de Música- EBC Rádios, 19/08/2014 - Acesso em 23 de dezembro de 2015 Arquivado em 23 de dezembro de 2015, no Wayback Machine.
  7. «Academia de Ciências da Bahia». Consultado em 11 de agosto de 2017. Arquivado do original em 11 de agosto de 2017 

Ligações externas