Marta Temido | |
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Retrato oficial de Marta Temido | |
Deputada da Assembleia da República pelo Distrito de Coimbra | |
Período | 10 de setembro de 2022 até a atualidade |
Legislatura | XV da República Portuguesa |
Ministra da Saúde da República Portuguesa | |
Período | 15 de outubro de 2018 até 10 de setembro de 2022 |
Governos | XXIII Governo Constitucional; XXII Governo Constitucional; XXI Governo Constitucional |
Primeiro(a)-ministro(a) | António Costa |
Antecessor(a) | Adalberto Campos Fernandes |
Sucessor(a) | Manuel Pizarro |
Dados pessoais | |
Nascimento | 2 de março de 1974 (50 anos) Coimbra |
Partido | Partido Socialista |
Marta Alexandra Fartura Braga Temido de Almeida Simões (Coimbra, 2 de março de 1974) é uma política e administradora portuguesa, especialista em administração hospitalar.[1] Foi ministra da saúde entre outubro de 2018 e agosto de 2022, durante a pandemia de covid.[2] Em setembro de 2022 foi eleita deputada pelo Partido Socialista (PS) na Assembleia da República.[3] Em junho de 2024 eleita deputada ao Parlamento Europeu.[4]
É doutorada em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, detendo um Mestrado em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.[1] Entre 2016 e 2017, foi presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde.[1] Na sequência da saída do até então Ministro da Saúde português, Adalberto Campos Fernandes, do XXI Governo Constitucional, foi nomeada ministra da Saúde em outubro de 2018, assumindo o cargo a 15 de outubro desse ano.[5][6] Continuou a ocupar esse cargo no XXII e XXIII Governo Constitucional. Apresentou a demissão do cargo de ministra da Saúde a 30 de agosto de 2022, sendo substituída por Manuel Pizarro no mês seguinte.[7]
Em fevereiro de 2023, assumiu o cargo de presidente interina da concelhia do PS de Lisboa, após a demissão do então do presidente da concelhia, Davide Amado, na sequência de investigações judiciais.[8] Em julho de 2023, foi eleita presidente da concelhia do PS de Lisboa para o mandato 2023-2025.[9] Em junho de 2024 foi cabeça-de-lista pelo PS e eleita deputada ao Parlamento Europeu.[4]
Marta Alexandra Fartura Braga Temido de Almeida Simões nasceu em Coimbra, em 1974.
É doutorada em Saúde Internacional, pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, detendo um Mestrado em Gestão e Economia da Saúde, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.[1]
É especializada em Administração Hospitalar pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Exercia os cargos de subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da UNL e de Presidente não-executiva do conselho de administração do Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa antes de assumir funções no XXI Governo. Entre 2016 e 2017, foi presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde.[1]
Exerceu responsabilidades de administração e gestão em diversos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, assim como em outras entidades do setor, nomeadamente na Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, cuja direção presidiu entre 2013 e 2015.[1]
Integrou, ainda, os conselhos consultivos do Grupo de Ativistas pelo Tratamento (GAT) e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, tendo desempenhado atividade de docência em várias instituições na área da saúde. É autora e co-autora de publicações científicas no âmbito da saúde.[10]
Foi um dos rostos mais conhecidos da crise sanitária da COVID-19 em Portugal. Durante as semanas iniciais da primeira vaga da pandemia no país, houve um bom controlo da sua propagação, o que levou as autoridades portuguesas, aquando da sua tutela, fossem elogiadas internacionalmente pelos seus esforços.[11] No entanto, Marta Temido assumiu responsabilidades pelas decisões relativas às restrições do Natal de 2020[12], vistas por alguns especialistas como demasiado permissivas,[13] e que foram um dos dois acontecimentos associados ao desencadear da especialmente trágica terceira vaga da pandemia no país,[14][15] a mais mortal em Portugal em todo o decurso da pandemia no país, que assumiu contornos especialmente graves nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, tendo a outra sido, segundo as autoridades, o disseminar da variante alfa do SARS-CoV-2. Entretanto, ainda durante a gestão de Temido, o país liderou uma vasta campanha de vacinação contra a COVID-19, graças a task-force liderado pelo Almirante Henrique Gouveia e Melo,[16] sendo Portugal, em novembro de 2021, um dos países com maior percentagem de pessoas inoculadas contra o vírus que origina essa doença.[17]
Temido tornou-se militante do Partido Socialista durante o 23º congresso do Partido Socialista, ao fim de quase três anos como Ministra da Saúde e praticamente um ano e meio desde o início da pandemia do SARS-CoV-2 em Portugal. Até então Marta Temido era independente.[18]
Foi candidata pelo Partido Socialista às eleições legislativas portuguesas antecipadas de 2022, sendo a cabeça-de-lista entre os candidatos do partido ao círculo eleitoral de Coimbra.[19]
Apresentou a demissão do cargo de ministra da Saúde a 30 de agosto de 2022, alegando ter deixado de reunir condições para continuar em funções. Manteve-se em funções até à tomada de posse do seu sucessor, [20] Manuel Pizarro.[7][21] Depois de ter deixado o Ministério da Saúde, Marta Temido assume funções como deputada da bancada do PS.[22]
Nas Eleições Europeias de 2024, Marta Temido encabeçou a lista do PS.[23]
Algumas das polémicas mancharam o percurso da Marta Temido:
Em dezembro de 2018, na altura em que os enfermeiros estavam em greve, Marta Temido referiu, numa entrevista à TSF/ Diário de Notícias, que não iria negociar com os enfermeiros que estavam em greve, considerando que isso seria “privilegiar o criminoso, o infrator”. As palavras da ministra foram fortemente criticadas pela classe dos enfermeiros. No dia seguinte, Marta Temido via-se forçada a fazer um pedido de desculpas, através de um telefonema dirigido à bastonária da Ordem dos Enfermeiros. [24][25]
Também na mesma altura, Temido revelou que a parceria público-privada (PPP) no Hospital de Braga iria terminar por “indisponibilidade definitiva do parceiro privado [Grupo Mello] para prosseguir a concessão”. Contudo, o Grupo José de Mello Saúde desmentiu, garantindo que “desde o primeiro momento, disponível para o prolongamento do contrato (…), dentro do atual modelo contratual, desde que esclarecidas as condições de execução do contrato e da sustentabilidade financeira da parceria”. Porém, a PPP não foi renovada.[26]
Em abril de 2019, um relatório publicado pela Ordem dos Médicos, revelou que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), liderada na altura por Temido, retirou doentes das listas de espera para consultas entre 2014 e 2016, para que o desempenho fosse mais bem classificado.[26]
Em novembro de 2021, Marta Temido numa audição na Comissão Parlamentar de Saúde afirmou que uma das soluções para colmatar a falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde passa por contratar profissionais "mais resilientes". As suas declarações geraram controvérsia entre os profissionais de saúde.[27] No dia seguinte, perante as críticas, Temido pediu desculpas e afirmou o seguinte: "Se causei uma má interpretação, peço desculpa por isso; genuinamente e do fundo do coração". E ainda acrescentou que "não disse em momento nenhum que é preciso recrutar profissionais mais resilientes. Disse que é necessário que todos façamos um investimento em mais resiliência, sobretudo quem trabalha em áreas tão exigentes como a da saúde".[24][28]
Precedido por Adalberto Campos Fernandes |
Ministra da Saúde XXI, XXII e XXIII Governos Constitucionais 2018 – 2022 |
Sucedido por Manuel Pizarro |