Jogo em nuvem (em inglês cloud gaming) também chamado de jogo sob demanda (em inglês gaming on demand) é um conceito de jogo on-line utilizando computação em nuvem. Existem duas formas de jogo em nuvem, utilizando troca de arquivos ou em vídeo sob demanda.[1]
O jogo em nuvem permite aos jogadores jogar em diversos dispositivos thin client independentemente do hardware que estiverem usando, pois todo o processamento é feito pelo servidor, o cliente apenas recebe as imagens do processamento e envia os botões de comando.
O conceito foi demonstrado pela primeira vez pela G-cluster na E3 do ano 2000 como um serviço para dispositivos wi-fi, em 2005 a Crytek desenvolveu um projeto utilizando internet, que não foi à frente pelas limitações de velocidade de banda larga da época[2],em 2010 foi lançado o primeiro serviço comercial de jogo em nuvem, o OnLive[3]. Em 2011 o Gaikai começa o seu beta, em 2012 a Sony Computer Entertainment compra a Gaikai[4] e em 2013 anuncia seu serviço de jogo em nuvem PlayStation Now. Também em 2013 é lançado o GamingAnywhere, primeira plataforma de jogo em nuvem em código aberto. A partir de 2015, houve uma nova onda de empresas investindo na área de jogos em nuvem, iniciando com a Nvidia disponibilizando seu GeForce Now, para dispositivos Nvidia Shield e, posteriormente, dispositivos Windows e Mac em 2020.[5] Em 2019, Google e Microsoft lançaram Stadia e Xbox Cloud Gaming, respectivamente, com o último ainda em Beta e posteriormente lançado para os usuários do Xbox Game Pass em certos países em 2021[6][7][8]. Ainda em 2021, a Amazon também lançou seu serviço, Luna.[9]
Os pré-requisitos para uma boa experiência com jogos em nuvem criam diversos desafios para que a tecnologia se popularize ao redor do mundo. Primeiramente, a própria natureza da técnica, que faz a troca de informações sobre ações do jogador para o servidor e a partir daí, transmite a imagem de volta ao mesmo, requer que essa troca ocorra de forma extremamente veloz para produzir uma experiência agradável[10]. Desse modo, a viabilidade do uso de jogos em nuvem varia de acordo com a região e sua infraestrutura local de internet, que é desigual não só em nível internacional, mas também nacional e estadual.[11]
Apesar de todos os desafios, a disponibilidade dos serviços de jogos em nuvem ao redor do mundo tem se expandido ao longo do tempo.[12][13] Uma das principais inovações que criam expectativas de que esse processo se acelere é a expansão das redes 5G no mundo. Elas permitem acesso muito mais veloz à internet assim como latência muito menor para diminuir o tempo de resposta, eliminando diversos dos impedimentos que hoje inibem a popularização dos jogos em nuvem.[14]
No Brasil, essa expectativa também é demonstrada por empresas de telecomunicações locais, como a Claro, que aguarda a conclusão do leilão do 5G no país para seguir adiante com projetos como o de jogos em nuvem.[15]
Jogos em nuvem trazem diversos benefícios para as empresas que investem nessa modalidade de serviço. Pelo fato do jogo rodar em um servidor e não em dispositivos locais distintos, não há a necessidade de fazer múltiplas versões do jogo para diferentes dispositivos, o que permite poupar custos de desenvolvimento. Além disso, por desassociar a capacidade de jogar do hardware que o jogador possui, a base de consumidores em potencial se torna muito maior, incluindo computadores, videogames e dispositivos móveis com as mais distintas capacidades computacionais. Por fim, por não necessitar de cópias físicas, também se reduz custos de logística e possibilidade de pirataria.[16][17]
O fato do processamento deixar de ser feito localmente e passar a ser feito em servidores em nuvem é capaz de dar sobrevida a hardware mais antigo ou em processo de se tornar obsoleto.[16][17] A Nintendo faz uso dessa característica para possibilitar o uso de jogos que não funcionariam com processamento local em seu videogame, o Nintendo Switch, disponibilizando jogos mais complexos através de processamento em nuvem.[18]. Em adição, a técnica remove a necessidade de se comprar múltiplas versões de um mesmo jogo para tê-lo em mais de um dispositivo.[16]