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Faca
Tipo
ferramenta
bladed object (d)
stabbing weapon (d)
artefato
artefacto (d)
Características
Composto de
Utilização
Usuário(a)s
talhante
cozinheiro (en)
assassino (en)
Uso
cutting (en)
coleção (en)
stabbing weapon (d)
arma de arremesso

Uma faca é qualquer objeto cortante capaz de ser empunhado. As facas são ferramentas utilizadas desde as mais primitivas eras da humanidade. Podem ser usadas para as mais diferentes aplicações, como ferramenta, arma ou simples objeto de decoração e para cada função existem diversas combinações de geometrias de lâminas, tipos de metais e métodos de fabricação, cuja combinação a torna adequada a determinado tipo de uso.

Etimologia

Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa de Antônio Geraldo da Cunha, o vocábulo faca possui origem obscura. Do latim facus a palavra significava inicialmente assassinato a sangue frio. Entretanto, é sabido que seu primeiro registro na língua portuguesa se dá por volta do século XV já sem este significado obscuro.[1]

História

A presença desse instrumento é confirmada desde a Idade do bronze (6,5 milhares de anos a.C.) na Ásia Menor. A importância do mais antigo dos talheres foi registrada pelo filósofo estoico Posidónio ao narrar um festim na Gália em 97 a.C. A sua dupla função, de cortar os alimentos e também levá-los à boca, foi sendo alterada com o advento do garfo, conforme Leo Moulin.[2]

Ao longo da história humana, as facas foram produzidas das mais diferentes maneiras em várias sociedades, desde as pedras lascadas pelo homem primitivo, passando pelas facas produzidas a partir de pedaços de meteoritos ricos em ferro, até as facas produzidas nos dias de hoje pela indústria moderna.

O ápice do uso da faca como talher se deu entre o final da Idade Média e o Renascimento com os requintes da cutelaria na Itália, Alemanha, França e Espanha. No século XIV na França os Reis usavam facas conforme o calendário religioso anual: eram com cabos escuro em ébano durante a Quaresma e com cabos de ébano e marfim em Pentecostes.[3]

Há duas versões opostas referentes às opiniões e determinações do Cardeal e Duque de Richelieu, ministro de Luís XIII referentes às facas: conforme Antoine de Furetière, autor do Dicionário Universal, o Cardeal instituiu nas refeições facas de ponta afiada para uso na limpeza dos dentes, enquanto que Norbert Elias, conforme citado por Renato Janine Ribeiro,[4] defende que Richelieu proibiu essas facas mais passíveis de uso mais agressivo.

O Cardeal e Duque de Richelieu era um homem poderoso e respeitado, servindo de exemplo social. A aferição das versões contraditórias poderá ser realizada, verificando, na actualidade, quantas pessoas usam a faca de ponta afiada para uso na limpeza dos dentes e quantas mesas são postas com facas de ponta redonda e fio cortante quase nulo.

Fabrico

De maneira geral, o atual processo de fabricação de uma faca consiste em modelar a lâmina, seja através do processo de forja ou de desbaste e aplicar um tratamento térmico conhecido como têmpera, que confere dureza ao fio da lâmina. A lâmina então é afiada e cabeada.

Partes e características

Partes de uma faca
  1. Lâmina (conjunto dos itens 3 a 8)
  2. Cabo ou empunhadura (conjunto dos itens 9 a 11)
  3. Ponta ou ponteira
  4. Fio ou gume
  5. Desbaste (vazado ou bisel)
  6. Dorso ou contra-fio
  7. Mosca
  8. Ricasso
  9. Guarda
  10. Pomo
  11. Cordão ou Fiel

Tipos, tamanhos e formatos

Entre os diversos formatos e tipos de facas existentes, as mais conhecidas são: facas gaúchas, facas culinárias, facas táticas e de combate, facas de camping, facão de mato e as legendárias facas "bowie". Destacam-se ainda as facas utilitárias, termo usado genericamente para designar as facas que não se enquadram em um dos demais tipos com nomenclatura específica. Podem ser citados como exemplos de facas utilitárias as "skinner", usadas por caçadores para retirar a pele de animais.

Facas culinárias

Faca padrão "Chef"

As facas culinárias têm como objetivo a chamada "découpage", ou seja trinchar, filetar, fatiar as carnes, aves, peixes, tarefa feita muitas vezes no salão dos restaurantes mais sofisticados, diante dos clientes. Os utensílios de melhor qualidade são as facas com cabo em material sintético e lâmina em aço inoxidável com liga cromo -molibdênio.[5]

As facas culinárias apresentam os seguintes tipos principais, indicadas em ordem decrescente de tamanho médio de cada tipo:

Lâmina

Ver artigo principal: Lâmina

A parte perfuro-cortante da faca, onde se encontra o gume, geralmente construída em aço e revestida pelo cabo numa das extremidades, permitindo a sua empunhadura segura. O formato da lâmina determina o tipo de faca e, em conjunto com a geometria transversal da lâmina (vazado ou desbaste), adequa a faca ao tipo de material a ser cortado e também a profundidade do corte a ser feito. Basicamente temos três tipos:

Bainha

Proteção para o abrigo da lâmina, habitualmente executada em tecido, couro, madeira ou metal ou numa combinação desses materiais, também servindo para que uma faca possa ser portada e transportada com segurança. Normalmente, bainhas antigas em pele, tecido, couro ou madeira possuíam a ponteira e o bocal em metal para reforço. No Brasil, na Argentina e no Uruguai este tipo de bainha com ponteira e bocal geralmente em prata ou alpaca, quando confeccionada em couro, é popularmente conhecido como bainha "picanço" ou "picazo".

Projeto de lei polêmico que criminaliza o porte

No ano de 2015, devido ao alto número de ocorrências de roubos com facas, o deputado Federal Eduardo Cunha prometeu levar à votação no plenário um projeto de lei que criminaliza o porte de armas brancas no Brasil.[6]

Ver também

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Wikcionário
Wikcionário
O Wikcionário tem o verbete faca.

Referências

  1. CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa.  - 4ª Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.
  2. Livro "Les plaisirs de la table" - Fonds Mercator - Antuérpia 2002
  3. "A rainha que virou pizza" - José Antônio Dias Lopes - Cia Editora Nacional - 2007
  4. Livro "A etiqueta no antigo regime" - Editora Moderna - SP - 1999
  5. Revista "Gosto" - Editora Isabella - Nº9 (abril 2010); pg. 33/34 - Martha Pio Autran
  6. Projeto de Cunha Portal G1 - acessado em 3 de setembro de 2018