Rosa Bonheur | |
---|---|
Foto de Rosa Bonheur por André Adolphe-Eugène Disdéri, cerca de 1863 | |
Nome completo | Marie-Rosalie Bonheur |
Nascimento | 16 de março de 1822 Bordeaux, França |
Morte | 25 de maio de 1899 (77 anos) Thomery, França |
Nacionalidade | francesa |
Prémios | Ordem Nacional da Legião de Honra |
Área | Pintura e escultura |
Movimento(s) | Realismo |
Rosa Bonheur, nascida Marie-Rosalie Bonheur (Bordeaux, 16 de março de 1822 - Thomery, 25 de maio de 1899) foi uma pintora e escultora francesa, conhecida por suas obras realistas. Uma de suas obras mais conhecidas é Ploughing in the Nivernais, primeiramente exibida no Salão de Paris, de 1848 e hoje pertencente ao acervo do Musée d’Orsay, em Paris.[1] Rosa é considerada uma das maiores pintoras do século XIX.[2]
Rosa nasceu em Bordeaux, em 1822, a filha mais velha de uma família composta por artistas.[2][3] Sua mãe era Sophie Marquis Bonheur, uma professora de piano que morreu quando Rosa tinha 11 anos. Seu pai era o pintor e retratista Oscar-Raymond Bonheur. A família adotou o credo cristão-socialista, baseado no Simonianismo, que promovia a educação de mulheres como era a dos homens. Assim, as crianças Bonheur tiveram acesso a educação, não importando o gênero.[3]
Entre os irmãos de Rosa estavam os pintores Auguste Bonheur e Juliette Bonheur e o escultor Isidore Jules Bonheur. Em 1828, Rosa, então com seis anos, sua mãe e irmãos mudaram-se para Paris a fim de se juntar ao pai, que tinha ido na frente para conseguir casa e um emprego. Segundo registros da família, Rosa era indisciplinada e demorou para aprender a ler, mas antes mesmo de andar ficava horas fazendo desenhos com tinta e papel.[4]
Sua mãe a ensinou a ler e a escrever pedindo que ela escolhesse um animal para cada letra do alfabeto e o desenhasse.[5] Seu comportamento na escola, porém, era inquieto, indisciplinado, resultando em diversas expulsões e suspensões, o que levou seu pai a tomar a filha como aprendiz para ensiná-la a pintar.[3]
Seguindo o currículo tradicional da época, Rosa começou a fazer cópias de imagens em livros e a fazer rascunhos de modelos. Com o tempo, ela passou a desenhar animais vivos, como cavalos, ovelhas, cabras, coelhos e outros animais dos arredores de Paris. Aos 14 anos, começou a copiar pinturas expostas no Museu do Louvre. Entre seus pintores favoritos estavam Nicholas Poussin e Peter Paul Rubens, mas não se limitou apenas a eles, tendo copiado e estudado obras de Paulus Potter, Frans Pourbus o Jovem, Louis Léopold Robert, Salvator Rosa e Karel Dujardin.[6]
Rosa estudou anatomia animal nos abatedouros de Paris e os dissecou no Instituto Nacional de Veterinária.[8] Estes estudos posteriormente foram úteis referências para suas esculturas e quadros.[9]
Uma encomenda do governo francês foi o primeiro grande sucesso na carreira de Rosa. Ploughing in the Nivernais foi exibida pela primeira vez em 1849. Seu trabalho mais famoso é o monumental quadro Horse Fair, de 2,44 m x 5,07 m, terminado em 1855.[10] Estes quadros a alçaram à fama internacional, levando-a para a Escócia, onde conheceu a Rainha Vitória, que admirou os trabalhos da artista. Ainda na Escócia, ela fez vários rascunhos e estudos, que se tornaram quadros, como Highland Shepherd, de 1859 e A Scottish Raid, de 1860. As obras refletiam a vida típica das highlands escocesas que desapareceriam um século depois e tiveram grande apelo junto à sociedade vitoriana da época.[2][3] Apesar de ter mais fama no exterior do que na França, ela foi condecorada com a medalha da Ordem Nacional da Legião de Honra, pela Imperatriz Eugênia, em 1865 e promovida à oficial da ordem em 1894.[11]
Mulheres, na época da Rosa, eram relutantemente educadas nas artes e pelo fato de Rosa se tornar uma artista de sucesso, muitas portas se abriram para outras mulheres seguirem seus passos, depois de diversas encomendas bem pagas e celebradas pela comunidade artística.[12] Rosa também era conhecida por se vestir de homem e perambular pelas ruas de Paris sem ser incomodada.[8] Mas a própria artista atribuía isso ao fato de calças serem mais práticas para usar no dia a dia do estúdio do que vestidos, especialmente ao se tratar de modelos com animais.[2][3]
Rosa faleceu em 25 de maio de 1899, aos 77 anos, em sua casa em Thomery, tendo sido enterrada junto de Nathalie Micas no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris. Muitos de seus quadros que nunca tinham sido expostos ao público foram vendidos em um leilão, em Paris, no ano seguinte.[9] Um de seus trabalhos foi vendido, em 2008, por 200 mil dólares.[13]