Fundação |
2 de abril de 1979 (44 anos) |
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Propósito |
Resgate da obra de Portinari e "colocar a obra do artista a serviço da tarefa maior de busca da nossa identidade cultural e preservação da memória nacional."[1] |
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Direção |
João Candido Portinari (a partir de ) |
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O Projeto Portinari foi criado por João Candido Portinari[4] com apoio inicial da FINEP e recursos do FNDCT,[5] em 2 de abril de 1979,[1][6] junto da PUC-RJ,[2] para o resgate da obra de Candido Portinari e colocação da mesma em acesso público.[1]
...é como brasileiro que me sinto no dever de trabalhar para que todos possamos nos reencontrar com tua obra e, através dela, com nós mesmos.
Nos anos após o final da ditadura militar brasileira, surgiram várias iniciativas para o resgate da história Brasileira,[4] no decorrer do movimento das Diretas Já e o retorno dos exilados.[7]
Em 1967, após 10 anos vivendo no exterior e cuidando da sua formação acadêmica, João Candido Portinari voltou ao Brasil, a convite da PUC-RJ para fundar o Departamento de Matemática, do qual virou diretor no ano seguinte.[4][2] Por mais que de início ele tenha preferido se afastar da obra do pai, ele se aproximou ao ver que a memória dele estava sendo esquecida meros 17 anos após a morte do pintor[8][9] e impactado após revisitar o Museu Van Gogh em 1978,[10] no ano seguinte ele fundou o Projeto Portinari[2] em um escritório emprestado por Américo Jacobina Lacombe, presidente da Fundação Rui Barbosa.[10] Em 1980, a PUC-RJ por fim acolheu oficialmente o projeto.[10] Neste mesmo ano, foi realizado pela Rede Globo em parceria com o Projeto Portinari um documentário do Globo Repórter sobre o pintor, com direção de Eduardo Coutinho.[10]
Até essa época, como indicado no artigo do O Globo, Portinari, o pintor: Um famoso desconhecido, mais de 95% da obra do pintor estava fora do acesso público[11][12] e não se conhecia o paradeiro da maioria das obras a ponto do "Museu de Arte Moderna de Nova York possuía mais informações sobre Portinari do que todas as instituições brasileiras reunidas.", de acordo com o fundador.[11]
Inicialmente ele se baseou em documentos do pai e aqueles que herdou de sua mãe, que havia sido uma memorialista da história de Portinari e por mais de uma década a Varig subsidiou suas viagens internacionais.[10] Os primeiros 25 anos foram dedicados a busca das obras do artista nacional e internacionalmente,[2][13] onde o projeto recebeu apoio da Rede Globo, Correios e do Itamaraty.[10] Foram reunidas em torno de 5,400 obras (em 2000, 200 obras eram consideradas falsas e 500 não foram localizadas[14]), 25 mil documentos e ainda um Programa de História Oral de 130 horas de entrevistas posteriormente digitalizadas[14][2][15] e um Catálogo Raisonné, cujo fundador do projeto afirma ser o primeiro de um artista em toda a América Latina,[2][16][17] e ao Sul do Equador.[10]
Após a fase de catalogação, o projeto passou a fazer atividades educacionais, principalmente voltadas à criança e o jovem.[1][2]
Alguns projetos desenvolvidos envolvem um museu virtual com o Google Arts & Culture[18], o Projeto Pincelada, para a comprovação da autoria de obras artísticas,[19][9] o relançamento do livro de poesia do pintor,[20] o relançamento, após mais de 7 décadas, ao lado da editora Antofágica, de ilustrações feitas para Memórias Póstumas de Brás Cubas,[21][22] O Alienista,[23] a produção de uma minissérie prevista para 2021[24] e até mesmo a restauração[25] seguida da exposição no Brasil e na França da obra Guerra e Paz.[26]
Utilizando áreas de inteligência artificial, redes neurais, entre outras, o Projeto Pincelada faz uma macrofotografia das pinturas para estabelecer sua autenticidade.[19][9]
Idealizado em 1990 por João Candido, o objetivo foi enriquecer as técnicas de reconhecimento de autoria através da "morfologia das pinceladas do autor" e George Svetlichny, do Departamento de Matemática, teve a ideia de colocar uma amostra de pinceladas no programa Autoclass, desenvolvido pela NASA[27] e foi apresentada pela primeira vez ao público científico na Universidade de Cambridge, pelo fundador do Projeto Portinari, em 1993.[9][28]
De acordo com o professor Ruy Luiz Milidiú, a imagem é dividida em vários quadrados de 4mm x 4mm, que devem conter o movimento de uma pincelada.[9] A primeira fase do projeto foi ver se o programa conseguia diferenciar as obras de Portinari das de Enrico Bianco e a segunda fase foi comparar com as falsificações das obras do Portinari.[9]
Lançado em 2004[16] é uma coleção de 5 volumes, cada representando as mais de 4,600 obras do pintor.[27][16]
Originalmente proposto em 1983[13] e iniciado em 1984,[29] o projeto tem procurado a usar as novas tecnologias para a digitalização do acervo de Portinari, após constatar a dificuldade de preservar os originais.[13]