Os meios de culturas são preparações químicas geralmente usadas para a realização de análises laboratoriais, que possuem na sua fórmula nutrientes entre outras substâncias que provém as condições necessárias para que os microrganismos inoculados multipliquem-se em um meio artificial, para entre outras funções, o seu estudo e análise.[1]
Entre os principais componentes de um meio de cultura estão as fontes de carbono e energia (como os açúcares), as fontes de nitrogênio, fósforo e sais minerais. Diversos outros componentes podem ser encontrados em um meio especifico para um determinado organismo (meio seletivo) visando satisfazer as condições ideias para determinado teste. Alguns destes componentes visam nutrir e incentivar apenas os micro-organismos que serão objetos de estudo e por tanto devem conter fatores de Crescimento específicos como vitaminas, aminoácidos, e outros mais.[2]
Por outro lado podemos ter num meio agentes/constituintes que inibam o crescimento de determinados micro-organismos ou até mesmo a ausência de algum componente essencial para um determinado grupo (ausência de sangue no ágar MacConkey permitindo a identificação de Streptococcus spp.), sendo estes também considerados meios seletivos.
Além de meios seletivos existem também meios que permitem diferenciar microrganismos (meios diferenciadores ou diferenciais), o exemplo mais simples é a existência de um indicador de pH que permite verificar se, por exemplo, um açúcar presente no meio é metabolisado pois, ao ser, implica a produção de metabólitos que acidificam o meio alterando o seu pH e consequentemente a alteram a cor do indicador de pH.
Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando contém agentes solidificantes, principalmente ágar (cerca de 1 a 2,0 %). Os semissólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina é de 0,075 a 0,5 %, dando uma consistência intermediária, de modo a permitir o crescimento de micro-organismos em tensões variadas de oxigênio ou a verificação da motilidade e também para conservação de culturas. Os líquidos, sem agentes solidificantes, apresentam-se como um caldo, utilizados para ativação das culturas, repiques de microrganismos, provas bioquímicas, e dentre outros.
Os meios de cultura podem ainda ser classificados quanto a procedência dos constituintes em naturais ou complexos, quando usa ingredientes com composição química não definida, tais como extratos de vegetais (malte, tomate, amido de tubérculos, peptona de soja, etc.) de animais (carne, cérebro, fígado, caseína, etc.) e de microrganismos (levedura) e artificiais, sintéticos ou ainda quimicamente definidos quando a composição química é conhecida (usados para trabalhos de pesquisa) e seus componentes servem para suprir as exigências nutritivas dos microrganismos, em fontes de carbono, nitrogênio, vitaminas, energia, sais minerais, dentre outros, quando então são conhecidas as necessidades nutricionais específicas. Quanto à composição química podem ser simples (meios básicos) ou complexos.
Básicos são aqueles que permitem o crescimento bacteriano, sem satisfazer contudo nenhuma exigência em especial (Ex. caldo e ágar simples).
Especiais quando cumprem com as exigências vitais de determinados microrganismos, como meio de infusão de cérebro e coração, ágar suco de tomate, ágar sangue, meio de Loeffler (com soro bovino), ágar chocolate (ágar simples fundido, adicionado de sangue e aquecido a 80 °C), Meio de Tarozzi (com fragmento de fígado - para anaeróbios), Meio de Lowenstein, meios Shahidi Ferguson Perfringens (SFP), Triptose Sulfito Ciclosserina (TSC), Baird-Parker (com gema de ovo) (meios ricos ou meios enriquecidos com as substâncias citadas), etc.
De acordo com a finalidade bacteriológica ou micológica os meios especiais podem ser classificados em:
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(ajuda) (PDF). Consultado em 2 de maio de 2011