erva-de-passarinho/visco | |||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||
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Famílias | |||||||||||
Erva-de-passarinho ou visco é como são descritas as plantas arbustivas hemiparasitas das famílias Loranthaceae e Santalaceae, pertencentes à Ordem das Santalales.[1][2][3][4] Nativa em todos os continentes do mundo, parasita diversas espécies de árvores de grande porte.
Visco é a denominação popular mais comum em Portugal, mas a planta também é conhecida como visgo ou agárico. No Brasil, ela é amplamente conhecida como erva-de-passarinho ou enxerto-de-passarinho.
Os indígenas brasileiros, contudo, a conheciam como guirarepoti, que em língua tupi significa “excremento de aves” (guira = ave, repoti ou tepoti = excremento).[5] Isso indica que os povos indígenas do Brasil já conheciam as ervas-de-passarinho muito antes de ela ser descrita pela taxonomia oficial. Acredita-se que os índios provavelmente observaram alguma espécie de ave, como os gaturamos do gênero Euphonia, defecando as pequenas sementes de alguma erva-de-passarinho, como as do gênero Phoradendron.[6]
As espécies europeias e asiáticas são:
Na Austrália, a mais conhecida é a espécie Dendrophthoe glabrescens.
No Brasil, ocorrem em duas famílias: Loranthaceae e Santalaceae, com os seguintes gêneros:
As ervas-de-passarinho são plantas cuja dispersão de sementes se dá a partir da planta-mãe, sendo feita por aves frugívoras ou morcegos através de defecação ou regurgitação sobre as futuras plantas hospedeiras ou sobre seus galhos, como ocorre nos gêneros Struthanthus[8] e Psittacanthus.[9][10]
As bagas de algumas espécies possuem propriedades medicinais e, por isso, a planta era utilizada como remédio para a epilepsia e distúrbios nervosos, para doenças cardíacas, hipertensão e para a digestão.[11]
Na Europa, a planta está associada em algumas culturas às festividades do Natal, assim como o azevinho, ou ao renascimento, havendo uma lenda escandinava que diz que duas pessoas que se encontram debaixo de um visco devem se beijar para celebrar com amor a ressurreição de Balder, divindade da mitologia nórdica. Já os druidas a tinham como planta sagrada e sempre a colhiam no inverno, quando realizavam seus importantes atos religiosos.[12]
Na série em quadrinhos Asterix, o druida Panoramix colhia o gui (“visco” em francês) das árvores.
O principal taxonomista das ervas-de-passarinho é o canadense Job Kuijt,[13] mas há especialistas em quase todas as famílias.[14] Destaca-se também o trabalho de Daniel L. Nickrent, que aborda não somente ervas-de-passarinho, mas plantas parasitas no geral, com foco em análises moleculares.
Quanto às ervas-de-passarinho brasileiras, em 2012 foi publicado uma ampla revisão da literatura sobre ecologia das espécies neotropicais, com ênfase nas que ocorrem no Brasil.[15]