Jambu | |||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Acmella oleracea (L.) R.K.Jansen | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
Spilanthes oleracea L. (1767) Spilanthes acmella auct. non (L.) Murr. |
Acmella oleracea popularmente jambu[1], jambú-açú[1],jamburana[1], mastruço do Pará[2], nhambú[2], pimenteira do Pará[2] ou agrião-do-Pará[3], é uma erva típica da região norte do Brasil, sendo originária da América do Sul. É comum também em Madagáscar e todo o sudoeste asiático, em particular nas ilhas Mascarenhas.
A espécie Acmella oleracea possui 10 sinônimos reconhecidos atualmente.[4]
Planta cultivada na região norte do país, onde é utilizada como condimento culinário amazônico, principalmente para ao preparar o famoso “molho-de-tucupi”. As folhas e inflorescência são empregadas na medicina caseira na região norte do país, para tratamento de males da boca e garganta, além de tuberculose e litíase pulmonar. As folhas e flores quando mastigadas dão uma sensação de formigamento nos lábios e na língua devido sua ação anestésica local, sendo por isso usada para dor-de-dente como anestésico e como estimulante do apetite. O chá das folhas e inflorescência é empregada também, contra anemia, escorbuto, dispepsia e como estimulante da atividade estomáquica.[5] A substancia responsável pela ação anestésica na mucosa bucal é uma isobutilamida denominada espilantol. Na sua composição química, além de espilantol, são citados a espilantina,afinina, colina e fitosterina.[5]
O jambu é muito utilizado nas culinárias amazonense, amapaense, rondoniense, acriana e paraense, podendo ser encontrado em iguarias como o tacacá, o pato no tucupi e até mesmo em pizza combinado com muçarela. Pode-se preparar o jambu da mesma maneira que se prepara a couve refogada, cortando-a fininha e refogando-a no azeite com alho e sal a gosto e bacon cortado em cubinhos.
Uma de suas principais características é a de deixar os lábios dormentes quando é comida. É usada como especiaria pelos chineses. As folhas podem ser usadas frescas ou secas. As folhas tenras cortadas finamente são usadas como condimento no prato nacional malgaxe romazava. É encontrado abundantemente no interior do Rio de Janeiro, no município de Trajano de Moraes.
Na Bahia, especialmente, é usado como erva de alto valor religioso com os nomes oripepé, pimenta-d'água e pingo-de-ouro.
Existe muitas variedades de jambu que podem ser encontradas no território Brasileiro, com diferentes usos e características.
A planta é reconhecida como anestésica, diurética, digestiva, sialagoga, antiasmática e antiescorbútica. Os seus capítulos possuem propriedades odontálgicas e antiescorbúticas.
O jambu possui teor proteico de 3,08%, além de ser considerado uma hortaliça hipocalórica e hipolipídica. A alta concentração de fibra (4,05g) também é uma característica notável do jambu. Apesar do teor considerável de ferro, este é pouco biodisponível, podendo estar relacionada à presença de fatores antinutricionais que inibem a absorção desse mineral. A probabilidade ainda não foi verificada pela falta de estudos que comprovem essa relação (Aguiar et al. 2014). O Jambu se consumido em pó não possui diferenças físico-químicas relevantes em comparação com a forma in natura, portanto, as duas formas são nutricionalmente equivalentes (GOMES et al. 2016). O jambu conta com a presença de uma ampla gama de metabólitos secundários em sua composição, sendo o mais importante entre eles os N-alquilamidas, grupo no qual o espilantol faz parte. O espilantol ((2E,6Z,8E)-N-Isobutil 2,6,8-decatrienamide), que teve a estrutura desvendada por Yasuda et al. (1980), apresenta alta eficácia como pesticida, além de estimular a salivação e ter efeito anestésico.
Constituintes químicos do jambu | Concentração (%) |
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Umidade | 88,6 |
Energia (kcal) | 35,86 ± 0,43 |
Carboidratos (g) | 5,3 ± 0,24 |
Proteínas (g) | 3,08 ± 0,13 |
Lipídios (g) | 0,25 ± 0,02 |
Cinzas (g) | 1,41 ± 0,18 |
Ferro (mg) | 6,4 ± 0,28 |
Fibra (g) | 4,05 |
As moléculas que emprestam ao Jambu seu paladar característico pertencem ao grupo das alquilamidas. A mais importante delas é o espilantol, que é a N-Isobutilamida do ácido undeca-2E,7Z,9E-trienóico.
O Espilantol é o principal constituinte da oleoresina ou extrato concentrado do Jambu e responsável por seu efeito indutor da salivação e pela estimulação do nervo trigêmeo.
De acordo com a tabela abaixo, o jambu apresenta alto teor de umidade (aproximadamente 93%). Sobre o teor proteico do jambu, os resultados foram similares aos mostrados por (AGUIAR et al. 2014)¹, que obteve em seus estudos uma porcentagem de 3,08% de proteínas em sua composição.
Determinantes | Resultados |
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Conteúdo de umidade (% w.b.) | 92,99±0,8 |
Resíduo inorgânico (%) | 1,44±0,07 |
Proteínas (%) | 3,35±0,2 |
Lipídeos (%) | 1,14±0,1 |
Atividade de água (25ºC) | 0,96±0,0 |
pH | 6,25±0,07 |
Os ácidos orgânicos detectados no Jambu foram os ácidos oxálico, fumárico, tartárico, málico e fórmico, segundo a tabela abaixo (SILVA, 2015)⁹.
Componente | g/100g MF |
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Ácido Oxálico | 7,72±0,05 |
Ácido Fumárico | 0,73±0,02 |
Ácido Tartárico | 0,36±0,005 |
Ácido Málico | 0,15±0,006 |
Ácido Fórmico | 0,14±0,005 |
Ácido Lático | ND |
Ácido Acético | ND |
Ácido Cítrico | ND |
Ácido Succínico | ND |
Ácido Propiônico | ND |
Óleo essencial, rico em propriedades antioxidantes, diuréticas e anti-inflamatórias. O composto obtido é abundante em espilantol, substância bioativa bastante versátil, com potencial para aplicações nas indústrias farmacêutica, cosmética e de higiene pessoal. O espilantol, extraído a partir das flores, folhas e caule do jambu.[12]